Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, ressaltou marcos regulatórios e inovações do Banco Central, incluindo o Pix, durante painel sobre Competição e Regulação em Pagamentos Digitais
No 3º Congresso da Abipag, realizado nesta quinta-feira (20) em Brasília, Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, tomou parte de um painel focado na Competição e Regulação em Pagamentos Digitais.
Solmucci destacou a importância do marco regulatório dos meios de pagamento (que foi alcançado em 2013 com participação decisiva da Abrasel) e o lançamento do Pix, além de abordar os desafios e avanços necessários para o setor.
"Dois grandes marcos foram fundamentais: a lei que regulou os meios de pagamento e o lançamento do Pix. O sucesso do Banco Central hoje passa pela capacidade de ouvir a todos," afirmou Solmucci.
Ele também ressaltou a crescente integração entre soluções de pagamento e gestão, questionando a relevância do termo "mercado financeiro" em um contexto onde essas soluções estão cada vez mais interligadas.
"As plataformas de pagamento, por exemplo, especialmente as de delivery, estão se transformando e expandindo suas funções para incluir serviços bancários e de adquirência. Isso precisa de um olhar atento" disse ele.
Refletindo sobre a evolução do Banco Central desde 2013, Solmucci lembrou que a Abrasel apresentou sugestões de melhorias para a vida dos empresários na ponta, contribuindo significativamente para as políticas atuais. "Há alguns anos, era inimaginável o Banco Central criar produtos, porque só cuidava de inflação. Hoje, estamos vendo uma evolução significativa," comentou.
O presidente da Abrasel também destacou a importância do parcelamento sem juros, uma forma preferida de pagamento dos brasileiros, que foi ameaçada por uma tentativa de alteração por parte dos bancos.
"É fundamental que o lojista não encontre esses problemas de mudanças no que está dando certo, pois já tem desafios demais no dia a dia", destacou. Também participante do painel, Gustavo Binenbojm, professor da UERJ, elogiou a contribuição da Abrasel para o sistema regulatório atual.
Em sua visão, o parcelado sem juros é uma solução criativa que permite que os pequenos empreendedores tenham acesso a um capital de giro, além de expandir a capacidade de consumo dos cidadãos.
O painel contou ainda com a participação de Renato Gomes, diretor do Banco Central, que enfatizou o impacto positivo do Pix na inclusão financeira. Ele também destacou a entrada de mais brasileiros como usuários ativos no sistema financeiro, chegando a mais de 150 milhões de pessoas.
E ressaltou que o mesmo fenômeno ocorre com as empresas, com um crescimento muito grande dos empreendedores individuais. Por fim, Adriana Toledo, do CRSFN (Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional), destacou que, com esse crescimento da inclusão, cresce a importância da cidadania financeira e da educação para evitar o endividamento excessivo das famílias.